Sonnet on blue
John Keats
Dark eyes are dearer far
Than those that make the hyacinthine bell.
J. H. Reynolds
Blue! ‘Tis the life of heaven – the domain
Of Cynthia –, the wide palace of the sun –,
The tent of Hesperus and all his train –,
The bosomer of clouds, gold, grey and dun.
Blue! ‘Tis the life of waters – ocean
And all its vassal streams: pools numberless
May rage, and foam, and fret, but never can
Subside if not to dark-blue nativeness.
Blue! Gentle cousin of the forest green,
Married to green in all the sweetest flowers,
Forget-me-not –, the blue-bell –, and, that queen
Of secrecy, the violet: what strange powers
Has thou, as a mere shadow! But how great,
When in an Eye thou art alive with fate!
February, 1818
Soneto sobre o azul
John Keats
Olhos negros são mais amados
Do que os olhos da cor do jacinto.
J. H. Reynolds
Azul! A cor dos céus – o domínio
De Cíntia – a ampla morada do sol –,
A casa de Héspero e de todo seu séqüito –,
O nicho das nuvens, dourado, cinza e castanho-escuro.
Azul! A cor das águas – o oceano
E todos os seus córregos: inúmeros lagos
Furiosos, espumantes e inquietos, mas jamais poderão
Acalmar-se sem retomar seu azul profundo natural.
Azul! Verde primo das florestas,
Unidos ao verdor de todas as flores mais belas,
O bem-me-quer –, o jacinto –, e a rainha
Dos segredos, a violeta: que estranhos poderes
Tens, mesmo sendo tão pequena! Mas como és poderosa,
Quando em uns olhos te unes ao destino!
Fevereiro de 1818
Tradução: Thereza Christina Rocque da Motta
In Chá da Tarde com Aristóteles, Lacerda, 1999
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