sábado, 11 de julho de 2009

August Strindberg (1849-1912)

INDRA
August Strindberg

Descemos à terra arenosa.
A palha dos campos ceifados cobriu nossos pés;
O das auto-estradas,
Fumaça das cidades,
Bafos de onça,
Fumos dos celeiros e das cozinhas,
Tudo suportamos.
Então, fugimos ao mar aberto,
Enchendo de ar nossos pulmões,
Batendo nossas asas,
Banhando nossos pés.

Indra, Senhor dos Céus,
Escutai-nos!
Ouvi nossos lamentos!
A terra está suja;
O mal é nossa vida;
O homem não pode ser salvo
Nem do bem nem do mal.
Vivem como podem,
Um dia de cada vez.
Filhos do , viajam por ele;
Nascidos do , ao retornam.
Receberam pés para se arrastarem,
Não asas para voar.
Cobrem-se ainda mais de
Abraçando sua culpa
Ou a Tua?

Tradução: Thereza Christina Rocque da Motta

NÓS, AS ONDAS
August Strindberg

Nós, as ondas
Que fazemos cessar
Os ventos
Verdes berços, nós, as ondas!

Somos úmidas e salgadas;
Saltamos como chamas incendiadas –
Chamas úmidas nós somos:
A queimar, extinguindo-nos;
A lavar, completando-nos;
A carregar, engendrando.

Nós, as ondas,
Que fazemos cessar
Os ventos!

Tradução: Thereza Christina Rocque da Motta


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