sábado, 1 de maio de 2010

Rei Gesar (século 12)

A Canção do Guerreiro

Nossa terra está ferida. Seus oceanos e lagos estão doentes; seus rios correm como chagas abertas. O ar está empestado por venenos sutis. E a fumaça oleosa de incontáveis incêndios escurece o sol. Homens e mulheres exilados de sua terra natal, de suas famílias, de seus amigos, vagam desolados e incertos, ressecados sob um sol tóxico...

Neste deserto de incerteza cega e assustadora, alguns se refugiam em busca do poder. Alguns se tornam manipuladores da ilusão e da dissimulação. Se a sabedoria e a harmonia ainda vivem neste mundo, senão como um sonho perdido em um livro não folheado, estão ocultas no pulsar dos nossos corações. E são nossos corações que clamam. Clamamos, e nossas vozes é a voz única desta terra ferida. Nosso clamor é um vento forte a atravessar a terra.

Tradução: Thereza Christina Rocque da Motta


Thomas Merton (1915-1968)

Senhor, meu Deus, não sei onde estou indo.
Não consigo ver a estrada à minha frente.
Não tenho certeza onde ela termina.
Sequer conheço a mim mesmo... E o fato de acreditar
que eu esteja fazendo Vossa vontade não significa
que realmente eu a esteja cumprindo.
Mas nisto eu creio:
Creio que o desejo de Vos agradar de fato Vos agrada.
Espero ter esse mesmo desejo em tudo que eu faça.
Espero nunca persistir em nada além desse desejo.
E sei que, se eu fizer isso, Vós me conduzireis pelo caminho certo,
embora eu nada saiba sobre esse caminho neste momento.
Portanto, sempre confiarei em Vós, embora eu pareça estar perdido
e sob a sombra da morte. Não sentirei medo, porque estais sempre comigo,
e nunca me deixareis enfrentar meus problemas sozinho.

Tradução: Thereza Christina Rocque da Motta 


e. e. cummings (1894-1962)

Costumamos não acreditar em nós mesmos, até alguém nos revelar que dentro de nós existe algo valioso, digno de ser ouvido, digno de nossa confiança, sagrado para ser tocado. Uma vez que acreditemos em nós mesmos, poderemos arriscar nossa curiosidade, o deslumbramento, o prazer espontâneo ou qualquer experiência que revele o espírito humano.

Tradução: Thereza Christina Rocque da Motta 


Reinhold Niebuhr (1892-1974)

SERENITY PRAYER

God, give me grace to accept with serenity
the things that cannot be changed,
Courage to change the things
which should be changed,
and the Wisdom to distinguish
the one from the other.

Living one day at a time,
Enjoying one moment at a time,
Accepting hardship as a pathway to peace,
Taking, as Jesus did,
This sinful world as it is,
Not as I would have it,
Trusting that You will make all things right,
If I surrender to Your will,
So that I may be reasonably happy in this life,
And supremely happy with You forever in the next.

Amen.

ORAÇÃO DA SERENIDADE

Deus, dai-me a serenidade
para aceitar as coisas que não posso mudar,
coragem para mudar as coisas que posso
e sabedoria para saber a diferença.

Viver a cada dia,
aproveitar cada momento,
aceitando as dificuldades como o caminho para a paz;
aceitando, como Ele, este mundo cheio de pecado
e não como eu gostaria que fosse;
acreditando que Ele fará tudo dar certo,
se eu aceitar a Vontade Dele;
que poderei ser feliz nesta vida
e muito mais feliz junto a Ele.
Para sempre na vida eterna.

Amém.

Tradução: Thereza Christina Rocque da Motta 


John Donne (1572-1631)

No Man is an Island
John Donne

No man is an island entire of itself; every man is a piece of the continent, a part of the main; if a clod be washed away by the sea, Europe is the less, as well as if a promontory were, as well as any manner of thy friends or of thine own were; any man's death diminishes me, because I am involved in mankind. And therefore never send to know for whom the bell tolls; it tolls for thee.

MEDITATION XVII - Devotions upon Emergent Occasions

Nenhum homem é uma ilha
John Donne

Nenhum homem é uma ilha, isolada em si mesma; todo homem faz parte do continente, faz parte de outra terra; se um pedaço for carregado pelo mar, a Europa diminui, como um monte, ou a casa de um de teus amigos, ou, até mesmo, a tua casa; a morte de qualquer homem me diminui, pois sou parte da Humanidade; assim, nunca perguntes por quem os sinos dobram: eles dobram por ti.

Meditação XVII - Devoções para momentos de emergência