sábado, 1 de maio de 2010

Rei Gesar (século 12)

A Canção do Guerreiro

Nossa terra está ferida. Seus oceanos e lagos estão doentes; seus rios correm como chagas abertas. O ar está empestado por venenos sutis. E a fumaça oleosa de incontáveis incêndios escurece o sol. Homens e mulheres exilados de sua terra natal, de suas famílias, de seus amigos, vagam desolados e incertos, ressecados sob um sol tóxico...

Neste deserto de incerteza cega e assustadora, alguns se refugiam em busca do poder. Alguns se tornam manipuladores da ilusão e da dissimulação. Se a sabedoria e a harmonia ainda vivem neste mundo, senão como um sonho perdido em um livro não folheado, estão ocultas no pulsar dos nossos corações. E são nossos corações que clamam. Clamamos, e nossas vozes é a voz única desta terra ferida. Nosso clamor é um vento forte a atravessar a terra.

Tradução: Thereza Christina Rocque da Motta


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