quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Elizabeth Barrett Browning (1806-1861)

XII

Indeed this very love which is my boast,
And which, when rising up from breast to brow,
Doth crown me with ruby large enow
To draw men's eyes and prove the inner cost,–
This love even, all my worth, to the uttermost,
I should not love withal, unless that thou
Hadst set me an example, shown me how,
When first thine earnest eyes with mine were crossed,
And love called love. And thus, I cannot speak
Of love even, as good thing of my own:
Thy soul hath snatched up mine all faint and weak,
And placed it by thee on a golden throne,–
And that I love (O soul, we must be meek–)
Is by thee only, whom I love alone.

XII

Assim este mesmo amor do qual me orgulho,
E que, ao se elevar do coração à fronte,
Coroa-me com tal rubor iridescente,
Atraindo o olhar dos homens, mostrando-lhes o me custa, –
Este amor simples, que tudo vale para mim até seu âmago,
Eu não deveria amar de todo, a menos que me
Deste o teu exemplo, demonstrando-me como,
Quando teu ávido olhar primeiro cruzou o meu,
E o amor se fez. E, assim, não posso dizer
Do amor simplesmente, que seja algo bom e meu:
Tua alma arrebatou a minha, tão fraca e frágil,
E assentou-a ao teu lado num trono dourado, –
E aquilo que amo (ó, Alma, sejamos humildes–)
Pertence somente a ti, o único que amo. 

Tradução: Thereza Christina Rocque da Motta


Elizabeth Barrett Browning (1806-1861) casou-se aos 40 anos com Robert Browning (1816-1889), seis anos mais novo que ela, e viveram juntos por 15 anos na Itália, onde ela veio a falecer, em Florença. Eram reconhecidos como o casal poético mais sublime da poesia romântica inglesa.