POEM FOR SONNY PERDUE
Celso de Alencar
I beg You, Lord,
Before expelling from your land
Those who look for shelter where
The deer still runs through the forest,
You, whose ancestors
Came from far away places;
I beg You, ask the children
Of the United States of America.
Ask the Apaches, the Creeks, the Navajos,
The Cherokees, the Sioux, the Comanches.
Ask the children
Of the African slaves,
And also, Lord, the children of the immigrants,
Those, who, like You, have built the Peach Land.
Allow all to reach the Mississippi,
All to bathe in the waters
Of the Altamaha or the Chattahoochee and more:
That all be tall as the pine trees.
Life is a fragile bird
And sometimes it is as old as a beaver.
My back is bare
As well as my soul.
To the right, my eyes behold the Brassmount,
To the left, the tombs in the cemeteries.
I beg You, Lord, don’t wipe off
The dreams of those who yearn for freedom.
in "Perverse Poems"
Translation: Thereza Christina Rocque da Motta
POEMA PARA SONNY PERDUE
Celso de Alencar
Eu Vos peço, Senhor,
antes de excluir de Vossa terra
aqueles que buscam abrigo onde
os veados ainda correm na floresta,
Vós que tendes como ancestrais
povos vindos de lugares longínquos;
consultai, eu Vos peço, os filhos
dos Estados Unidos da América.
Consultai os Apaches, os Creek, os Navajos,
os Cherokees, os Sioux, os Comanches.
Consultai ainda os filhos
dos escravos africanos,
e também, Senhor, os filhos dos emigrantes,
aqueles que como Vós construíram a Terra do Pêssego.
Permiti que todos alcancem o Mississipi,
que todos adentrem as águas
do Altamaha ou as do Chattahoochee e mais:
que todos possam ser altos como os pinheiros.
A vida é um pássaro frágil
e às vezes tem a idade de um castor.
Meu dorso está nu
assim como a minha alma.
À direita meus olhos veem o Brassmount,
à esquerda, os cemitérios deitados no chão.
Eu Vos peço, não eliminai, Senhor,
o sonho daqueles que a liberdade buscam.
in "Poemas Perversos"
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