Semper eadem
"D'où vous vient, disiez-vous,
cette tristesse étrange,
montant comme la mer sur le roc noir et
nu?"
– Quand notre coeur a fait une fois sa
vendange,
Vivre est un mal! C'est un secret de tous connu,
Une douleur très simple et non mystérieuse,
Et, comme votre joie, éclatante pour tous.
Cessez donc de chercher, ô belle curieuse!
Et, bien que votre voix soit douce, taisez-vous!
Taisez-vous, ignorante! âme toujours ravie!
Bouche au rire enfantin! Plus encor que la Vie,
La Mort nous tient souvent par des liens subtils.
Laissez, laissez mon coeur s'enivrer d'un mensonge,
Plonger dans vos beaux yeux comme dans un beau songe,
Et sommeiller longtemps à l'ombre de
vos cils!
Sempre a mesma
"De onde vens, disseste, essa
tristeza estranha,
subindo como o mar a rocha negra e nua?"
– Quando nosso coração fez uma vez sua
colheita,
Viver é um mal! É um segredo que todos
conhecem,
Uma dor muito simples e não misteriosa
E, como sua alegria, brilha para todos.
Pare de procurar, ó bela curiosa!
E, embora tua voz seja suave, cala-te!
Cala-te, ignorante! Alma sempre feliz!
Boca de riso infantil! Mais que a Vida,
A Morte nos prende por laços sutis.
Deixa, deixa meu coração se embebedar
com uma mentira,
Mergulhar em seus belos olhos como em
um lindo sonho,
E dormir longamente à sombra de teus
cílios!
in "As Flores do Mal"
in "As Flores do Mal"
Tradução de Thereza Christina Rocque da Motta
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